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Show The Wall- Live. Estádio do Morumbi/ SP - abril de 2012 |
Uma das melhores viagens em família foi em abril do ano passado, quando conseguimos juntar Rock & Aventura em uma só tacada. Voamos para SP com o intuito de assistir ao show de Roger Waters e de lá seguimos para Socorro, um destino especializado em aventuras.
Como já havíamos assistido a turnê “The dark side of the moon” no Rio em 2007, aguardávamos algo similar , o que se traduz num show de rock dos bons e com muita emoção. No entanto, contemplamos um verdadeiro musical, recheado de efeitos visuais e sensações que ainda afloram só em lembrar. Estava iniciada “a viagem” por todas as canções do álbum “The Wall”. Nunca assistimos algo tão grandioso, e, pela postura incrédula do restante da platéia de fãs que lotaram o Morumbi, poucos esperavam uma qualidade e perfeição daquelas.
O espetáculo The Wall – Live foi absurdamente fantástico, uma mutação constante transformada em um concerto sem precedentes. A atração principal ia surgindo na nossa frente, virando um muro gigantesco que foi construído e desconstruído enquanto durou o show. Para ter ideia do que estou falando, o muro tinha 137 metros de largura, 11 metros de altura, 5,5 metros de profundidade e pesava 55 toneladas. Ficou curioso? Vejam maiores detalhes do projeto do muro e de como foi incrível a construção e desconstrução, passo a passo, a cada momento do show The Wall neste link.
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Logo na fila de entrada encontramos com a mango Cibelle Soares que já estava acompanhada dos amigos Layla Mendes e Marcel Mendes, além do casal amigo Erich Rodrigues e Iara Pinheiro, que junto da família mango (Jodrian, Rosana , Yan e Yago), formamos um verdadeiro reduto norte-riograndense dentro do estádio, que naquele 1º de abril de 2012 juntou 70.000 pessoas . Aqui um parêntese para a criatividade do brasileiro: Roger Waters = Rogério Águas (vendedor ambulante vestido de muro e vendendo água mineral nas filas da entrada do show no Morumbi).
Waters foi o mentor e ordenador do espetáculo que contou com um som surround milimetricamente projetado em todo o Morumbi, com diversos efeitos sonoros, bonecos infláveis, jogo de luzes, fogos de artifício, projeções 3D, animações e, sem falar de todas as surpresas elaboradas que ia surgindo a cada música, pois é , cada melodia trazia projeções no telão e outras "Coisitas mais" que encantaram ainda mais o espetáculo, sendo até difícil descrever, pois por várias vezes era como se não acreditássemos no que estávamos vendo e vivendo.
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O "Muro- Palco" já tem alguns tijolos antes de iniciar o show |
O muro, que já iniciou com alguns tijolos, vai sendo montado (ao todo são 424 blocos recicláveis) à medida que o show vai acontecendo. Logo na 1ª música “In the Flesh?” (veja o set-list no final), já ficamos com cara de babacas, pois escutamos a aproximação de um avião atirando e não é que tinha mesmo um avião bombardeiro que passou voando em cima das nossas cabeças e se choca contra o palco, no meio de fogos de artifícios? Perfeito!
Outro momento mágico foi quando começou o barulho dos helicópteros e a platéia foi ao delírio com música “Another Brick in the Wall – parte 2″ que teve o refrão acompanhado por crianças da comunidade de Heliópolis … “ We don't need no education / We don't need no thought control / No dark sarcasm in the classroom / Teachers leave them kids alone / Hey! Teacher! Leave them kids alone!/ All in all it's just another brick in the wall / All in all you're just another brick in the wall”.
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Boneco do professor aparece em "Another brick in the Wall" |
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As crianças apontam para o boneco do professor - Foto* |
Enquanto as crianças cantavam o refrão, o boneco gigante do professor surgiu no palco nesta hora. Foi demais! Também na música“Mother” que tocou em seguida apareceu uma boneca para dar vida a letra da bela melodia. Enquanto Roger Waters tocava um violão e cantava os versos da música, ao perguntar se deveria acreditar no governo (“Mother, Should I Trust The Government?), veio a resposta “No Fucking Way” e sua tradução em português foi projetada no muro.
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Resposta em português |
Waters fez uma homenagem às famílias das vítimas do terrorismo de estado em todo mundo, entre elas a do brasileiro Jean Charles de Menezes, que foi morto por policiais britânicos no metrô de Londres em 2005, ao ser confundido. A foto de Jean Charles estava lá... As músicas vão seguindo e o muro vai se fechando, restando apenas um tijolo a ser fechado, onde é cantada a canção “Goodbye Cruel World”, acabando assim a 1ª parte do show.
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Em português, Waters homenageou Jean Charles de Menezes, brasileiro morto em Londres por policiais britânicos - Foto* |
Pasmem! houve um intervalo, ou seja , não era um show comum. Já assistiu algum outro show de rock com intervalo? Duvido. Durante a pausa, fizeram uma homenagem aos soldados mortos em diversas guerras , projetando suas fotos em cada tijolo do muro já preenchido. Aproveitamos a luminosidade desta hora para registrar a presença dos Mangos & Amigos .
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Muro com os mortos em cada tijolo - Intervalo do show! |
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A família mango curtindo muito! |
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Erich e Iara, fãs do Pink Foyd! |
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Será que estão gostando do show? |
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A 2ª parte começou com a belíssima “Hey You”. Nesta altura do show , a banda estava tocando atrás dahmuralha que virou um grande telão de 73 metros de largura por 7,5 metros de altura. As projeções 3D fizeram o espetáculo. Roger Waters apareceu em frente ao muro, cantando em seguida a música “Is There Anybody Out There?”. Em “Nobody Home”, o vocalista reapareceu, dessa vez em uma sala de estar de um hotel erguida no próprio muro no lado esquerdo do palco, de onde foram retirados alguns tijolos. Para facilitar a visão de toda a platéia, a cena foi projetada simultaneamente no lado direito do muro.
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Quarto de hotel recriado dentro do "muro" / projeção simultânea em 3D |
Tamanha emoção também nas melodias “Vera”, onde passa um filme onde crianças reencontram seus pais. Não posso afirmar, mas umas das cenas parece até que é o próprio Roger e seu pai que era militar. Em “Bring the Boys Back Home”, cuja a letra é muito forte e já diz tudo, só nos restou lágrimas! A platéia estava maravilhada, não sabia se sorria, se chorava, se filmava, se assistia, se gritava, se aplaudia, se vibrava ou se fazia isso tudo ao mesmo tempo. O vídeo que gravamos durante este show mostra um pouco destas emoções!
Assista um pouco a emoção de quem viui este show.
E quando tocaram a música “Comfortably Numb”? Esta que para mim, é o clássico do Pink Floyd. Nesta hora o vocalista Robbie Wyckoff e o guitarrista Dave Kilmister da banda que estava por trás do muro, apareceram no topo, através de plataformas elevatórias, enquanto Waters cantava em baixo no palco. A multidão não parava de aplaudir e de cantar junto. Já na canção “The Show Must Go On”, o porco inflável foi jogado para a platéia brincar…
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Vocalista aparece no topo do "muro" em Confortably Numb
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Depois um guitarrista também aparece no topo em Confortably Numb |
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Porco inflável jogado para delírio da platéia |
Para quem já tinha assistido o filme The Wall, as imagens iam recontando a história do disco/filme, com todos aqueles desenhos, bonecos e martelos marchando. As projeções encantavam cada vez mais e davam forma as melodias até o final do show quando o muro foi derrubado.
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Martelos marchando! |
O show em São Paulo fez parte da turnê comemorativa dos 30 anos de lançamento do disco "The wall" , o clássico álbum duplo do Pink Floyd lançado em 1979 . No Brasil, já tinha ocorridos as apresentações em Porto alegre e no Rio de Janeiro. Foram 2 horas de show onde Roger Waters se apresentou com mais 11 músicos e um repertório de 28 músicas, sendo 15 na primeira parte do show e 13 na segunda parte.
Bem aventurados dos que tiveram essa oportunidade e saíram do estádio do Morumbi em êxtase com tamanha grandiosidade desta apresentação. O The Wall – Live foi um verdadeiro espetáculo, um CONCERTO ÉPICO que dificilmente vai ser superado!
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Imagem de Roger no "Muro"/ Palco que virou um telão imenso... |
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