quarta-feira, 30 de abril de 2014

OS RATOS ESTÃO DE VOLTA !


10169378_686812044699023_6747531305428334345_n.jpgNa cidade do sol, os roedores não temem o calor e nesse domingo 27 a galera do Mukeka di Rato fez um show animado, engraçado e explosivo! O palco não poderia ser outro, o Centro Cultural Dosol que já abrigous os capixabas em outras vindas pra Natal, trouxe a banda mais uma vez junto com outras duas potiguares, Psicomancia e Scória. O show não lotou, foi seletivo aos amantes de um bom hardcore punk! 

1907308_10154069066035156_4547948549865679216_n.jpg10269367_10154069066530156_802624009776330830_n.jpg

10247399_10154069066305156_9120467938009223976_n.jpgO pessoal do Mukeka aproveitou a passagem pelo Abril Pro Rock, onde tocou um dia antes em Recife, o grupo aportou com seu rock nervoso e agradou o público que não parava de rodar e se bater! Um salve para alguns fãs que subiram no palco, deram uma palhinha de guitarra, berraram, se jogaram e fizeram acrobacias!

O Mukeka di Rato surgiu em 1995 como uma bomba no Espírito Santo, quatro jovens se juntaram para destruir o mundo trazendo “a trilha sonora do fim dos tempos”, e para isso uniram vocais velozes com bases rápidas e pesadas de guitarras junto com uma boa dose de sarcasmo.

“Esta fórmula até agora rendeu a Sandro (voz), Mozine (baixo/voz), Paulista (guitarra/voz) e Brek (bateria) uma consolidada carreira no cenário independente, que inclui os discos ‘Pasqualin na Terra do Xupa-Kabra’ (1997), ‘Gaiola’ (1999), ‘Acabar Com Você’ (2001) e ‘Máquina de Fazer’ (2004). Sem falar em shows pelo país, a presença em festivais tradicionais e lançamentos no exterior: EUA, Suécia, Austrália, Finlândia e Japão.” Ricardo Tibiu (Agosto de 2007) - http://www.mukekadirato.com.br/

mukekadirato-deck-paredemaisabertapb.jpgAs composições abusam da ironia, da agressividade e as vezes da subjetividade, com algumas letras que escraxam a degradação da sociedade e refletem as classes mais baixas. como na música “Minha Escolinha”:

Quero estudar para ser Dotô
com muito carinho, com muito amor
Procurar escola, me matricular
e os coleguinhas eu vou ajudar
Mas não achei escola nessa podridão
eu não vou estudar eu vou virar ladrão
não gosto de Deus, não gosto de ninguém
quero ver quem gosta depois de ir pra Febem
Consegui escola, não tinha carteira
sentava no chão sujo de poeira
Não tinha merenda, a fome apertava
eu comia lixo, eu bebia água
Mas não tinha aula, não tinha professor
a escola era um lixo e podre era o odor
Então voltei pra rua, até matar eu fiz
tanta cocaína comeu o meu nariz
Não tinha esperança de me arrepender
eu chorava sempre sem ter o que fazer
não tinha família, não tinha ninguém
era um pobre verme jogado na Febem
Saí da Febem, morria de desgosto
dormia na rua perto do esgoto
E naquela noite enquanto eu dormia
na minha cabeça uma bala atingia

Aqui o link dessa música tocada no festival Dosol 10 anos, que aconteceu em Novembro do 2013. https://www.youtube.com/watch?v=6XvflrIasw4

O Mukeka di Rato faz críticas sociais, mas de forma audaciosa,  reflete o estresse cotidiano e o vazio existencial de um trabalhador que através do rock tenta abstrair do caos que o cerca. A banda é hardcore, mas de um modo diferente. De palito de dente no canto da boca, não de franja e roupinha descolada. De chinelo de dedo, não de coturno. Acho que isso explica o gosto da banda por fazer shows aqui em Natal, a galera se identifica com esse público agitado e a boa destruição é garantida, uma prova disso é meu tornozelo.
Yan Soares






























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