sábado, 30 de novembro de 2013

BLACK TO BACK

No dia 07 de fevereiro de 1964, quatro garotos de Liverpool desembarcavam no aeroporto JFK em Nova York, na primeira excursão dos Beatles aos Estados Unidos. Depois da bombástica apresentação no famoso programa Ed Sullivan Show, na época, o mais visto da televisão americana (especula-se que eles foram vistos por quase 75 milhões de pessoas), o rock and roll nunca mais seria o mesmo. A febre da beatlemania tomaria conta do mundo inteiro, inclusive no Brasil, e abriria as portas do mercado americano para outros grupos ingleses, como os Rolling Stones, The Animals, The Kinks , The Hollies, Moody Blues, Herman’s Hermits, Yardbirds, The Who, Cream entre outros. Episódio que seria chamado de “a primeira invasão britânica”. De lá pra cá, o rock que nasceu da fusão do folk, do rhythm-and-blues, do country e do blues, todos surgidos na Terra de Tio Sam, adotaria de vez a cidadania britânica (inclua-se a Irlanda nessa história). A partir dos Beatles, nove em cada dez bandas que fizeram a história do rock vieram do outro lado do Atlântico. Importante lembrar que antes dos Fab four, nenhum artista do Reino Unido havia conseguido qualquer êxito comercial nos Estados Unidos da América, o que ratifica o divisor de águas na música pop.                 
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Em 2004 no início da carreira
 A invasão britânica que mudou a história do rock parece ser uma referência para uma nova leva de artistas ingleses, como Amy Winehouse , que tomou conta de um outro pedaço da cultura musical americana: a soul music, a música negra, nascida do rhythm-and-blues e da secularização do gospel, da qual incorporou a interpretação passional. O curioso é que Winehouse era branca e estava na faixa dos vinte e poucos anos. ( Amy morreu aos 27 em julho de 2011). De carreira emergente e vertiginosa,  surgiram 02 álbuns que já podem ser considerados clássicos. Amy conseguiu ir rápido ao estrelato.  Depois de um disco de estréia bem recebido pela crítica (Frank, 2003), o álbum Back to black se tornou um dos mais importantes da década, principalmente após sua morte prematura . Lançado em outubro de 2006, foi o mais vendido de 2007 e ganhou cinco dos seis Grammys a que foi indicado em 2008: melhor canção (Rehab), melhor gravação, artista revelação, melhor álbum pop e melhor interpretação feminina. Num tempo de vacas magras da indústria fonográfica, o álbum ultrapassou a marca de dez milhões de vendas após seu lançamento.  Logo após sua morte, em agosto de 2011, Back to Black tornou-se um dos discos mais vendido do século XXII. Atualmente com mais de vinte milhões de cópias  vendidas, já o fez entrar para a lista dos álbuns mais vendidos do mundo.
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Show em 2011
Desde o início da sua carreira, Amy Winehouse teve um desempenho magnífico, venceu 28 categorias das 48 em que foi indicada, além de um prêmio póstumo, o Grammy Award conquistado na 54ª cerimônia de premiação com a música “Body & Soul”, em dueto com Tony Bennett.  Amy  foi figura carimbada nas edições semanais dos tablóides sensacionalistas ingleses, por seu histórico de sexo, drogas e confusões, tantas que ganhou até uma biografia antes de morrer. Com todo o talento nato e a singular voz “negra”, Amy  teria tudo pra fazer  uma longa história na música pop, pena que a moça foi adepta de um lema de outras gerações perdidas: Live fast and die young.

Ugo Monte (autor do livro Rock'n Roll)

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