quarta-feira, 20 de março de 2013

CANTOCALISMO DE VOLTA A NATAL por Kolberg Luna Freire

“Te vejo na cidade do sol / Pra gente dançar / Fazer amor no verão, com gosto e areia e mar”...
Esse verso se manteve na cabeça de toda juventude natalense no fim da metade dos anos 80. A letra pode ser considerada como uma resposta da lendária Banda Cantocalismo aos executivos de um importante selo musical da época que lhes apresentaram um contrato de exclusividade, exigindo, em contrapartida, que os meninos se apresentassem com sendo do eixo Brasília-Rio de Janeiro, na época em que explodia o rock nacional e esses dois estados quase que monopolizavam a origem dos sons.
Banda cantocalismo
Início do Show no Teatro Alberto Maranhão
Banda cantocalismo
Os irmãos Eduardo e Roberto Tawfic
A banda marcou época numa fase que a cidade possuía diversos grupos fruto da insistência de vários meninos natalenses que se espelhavam nos seus ídolos nacionais ou internacionais e aproveitavam o momento do rock brazuca que vivia grande fase. Cantocalismo, Flúidos, Modus Vivendi, Alfândega, Sodoma eram exemplos de como a cidade fervia num caldeirão de rock abrasado pelo sol potiguar.
E o Cantocalismo voltou a sua terra Natal. Mais de 20 anos depois do último acorde tocado em conjunto, Roberto, George, Aluízio e Cacau retornaram aos palcos para uma apresentação para ‘matar’ a saudade dos fãs.
Banda cantocalismo
Roberto Tawfic na guitarra
Banda cantocalismo
Cacau no vocal e Aluízio no baixo
Com a ajuda do talento musical de Eduardo Tawfic nos teclados e de Camila Masiso, Dudu Galvão nos backing vocals, além da participação especial do Trio Axé Obá na música Manoel, de Ed Mota, os caras fizeram uma bela apresentação.
E se o comportamento no palco é outro, já sem a vitalidade de outrora, o som se tornou ainda mais refinado e a voz de Cacau continua em perfeita sintonia dando cor e alegria a cada letra. É isso que se vê em Pixote, de letra triste, mas que o cantor consegue dar alma e vida a canção.
Banda cantocalismo
Jogo de luzes na música Pixote.
Banda cantocalismo
A voz do Cantocalismo
George (Ginho) e Aluízio conseguem fazem a base numa tabelinha ajustada e Roberto Tawfic é a virtuose na guitarra com riffs perfeitos e, junto com seu irmão Dudu, nos teclados, lembraram em alguns momentos do velho e bom rock progressivo com longos solos.
Músicas como “Produto Musical”, “Tudo que vem de cima”, “Poema pra lua” e a festejada “Areia e mar” ganharam nova roupagem e fizeram a cabeça dos vintenários da segunda metade dos anos 80 voltar no tempo e relembrar belos momentos em que a vida se resumia a um tênis redley, jeans, camiseta e dias, noites e madrugadas numa Ponta Negra ainda original e sem gringos.
Banda cantocalismo
Lembrando Natal dos anos 80.
Banda cantocalismo
George na bateria com o trio de backing vocals
A produção também encartou sucessos nacionais como a bonita canção Tudo bem, de Lulu Santos e que casou bem na voz de Cacau, além de Manoel, de Ed Mota, dançante e envolvente que trouxe a surpresa da noite com a participação especial do Trio Axé Obá, com dois tamborins e um repique em duelo com a bateria de Ginho e um acorde incidental Owner of a lonely heart, do YES, que Roberto, caprichosamente, encontrou espaço para destacar a música.
Assim, durante uma hora e vinte minutos o público que viveu Natal entre 85 e 90, rendeu-se ao talento musical da Banda Cantocalismo e o revival, que não importa necessariamente no retorno da banda, serviu para reencontrar cada um dos componentes, além da boa música, e mostrar que eles permanecem no imaginário do som nascido e curtido na Cidade do Sol e com gosto de Areia e Mar.
                                                   
Kolberg Luna Freire
                                   





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